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A Estimulação Elétrica Neuromuscular Precoce, além da mobilização precoce, melhora o Estado Funcional e diminui os dias de hospitalização de pacientes críticos

Pesquisadores: Débora R Campos, Thatiana B C Bueno, Jackeline S G G Anjos, Daniel Zoppi, Bruno G Dantas, Rik Gosselink, Rinaldo R J Guirro, Marcos C Borges 

Resumo: Objetivos: Avaliar o impacto do uso adicional de estimulação elétrica neuromuscular precoce (EENM) em um protocolo de mobilização precoce (EM).

Desenho: Ensaio controlado randomizado.

Local: UTI do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil.

Pacientes: Cento e trinta e nove pacientes consecutivos em ventilação mecânica foram incluídos nas primeiras 48 horas de internação na UTI.

Intervenções: Os pacientes foram divididos em dois grupos: EM e EM+NMES. Ambos os grupos receberam EM diariamente. No grupo EM+NMES, os pacientes receberam adicionalmente EENM 5 dias por semana, por 60 minutos, iniciando nas primeiras 48 horas de admissão na UTI até a alta da UTI.

Medidas e principais resultados: Foram avaliados o estado funcional, força muscular, tempo de internação em UTI e hospitalar, frequência de delirium, dias em ventilação mecânica, mortalidade e qualidade de vida. Os pacientes do grupo EM+NMES apresentaram uma pontuação significativamente maior do estado funcional medido pelo Functional Status Score para a escala UTI quando comparados com o grupo EM no primeiro dia de vigília: 22 (15-26) versus 12 (8-22) (p = 0,019); na alta da UTI: 28 (21-33) versus 18 (11-26) (p = 0,004); e alta hospitalar: 33 (27-35) versus 25 (17-33) (p = 0,014), respectivamente. Eles também apresentaram melhor estado funcional medido pelo Teste de Função Física na escala da UTI, levaram menos dias para se levantar durante a permanência na UTI e tiveram um tempo de internação hospitalar significativamente menor, menor frequência de fraqueza adquirida na UTI e melhor força muscular global.

Conclusões: A aplicação adicional da EENM precoce promoveu melhores resultados do estado funcional no primeiro dia de vigília e na UTI e alta hospitalar. Os pacientes do grupo EM+NMES também levaram menos dias para se levantar e tiveram menor tempo de internação hospitalar, menor frequência de fraqueza adquirida na UTI e melhor força muscular. Estudos futuros ainda são necessários para esclarecer os efeitos das terapias associadas à EM, principalmente para avaliar os resultados a longo prazo.

 

DOI: 10.1097/CCM.0000000000005557

LINK DE ACESSO: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35412472/